sábado, 19 de novembro de 2011

O Ensino das Artes no currículo escolar

O ensino das Artes constitui uma área do conhecimento tão importante quanto as demais disciplinas obrigatórias no currículo escolar. E como tal, possui origem, história, fundamentos e metodologia específica. Assim como as outras áreas do conhecimento, há várias abordagens que se comunicam com outros ramos do saber, ou seja, o ensino da Arte faz parte da construção do acervo histórico da humanidade.
Conhecer e identificar a história das Artes, seus postulados, seus pensadores, suas teorias, concepções, abordagens e propostas fazem-se imprescindíveis ao professor, especialmente àquele que irá proporcionar o encontro do aluno com o mundo das Artes.
O ensino das Artes foi durante muito tempo privilégio de poucos e teve sua introdução no Brasil de forma mais didática no século XIX, quando D.João VI trouxe a Missão Francesa para o Brasil. Perpassou por várias fases, das quais ora enfatizavam a reprodução fiel de obras de Arte, ora ditavam que a livre expressão artística deveria fundamentar o ensino das Artes na escola. Com a Semana de Arte Moderna no Brasil em 1922, houve uma reconfiguração das linguagens artísticas, o que resultou numa ruptura a cerca do entendimento sobre o ensino das Artes, essencialmente moldada pela cópia fiel dos estilos clássicos europeus na época, até então.
Entretanto, a Arte continuava sendo considerada como uma atividade sem muita expressão. Em 1971, com a LDB nº 5.692/71, o ensino da Arte foi incluído oficialmente no currículo escolar como atividade recreativa, em que o professor tendia a ser polivalente, com uma formação superior aligeirada para atender às demandas instituídas pela nova Lei.
Somente em 1996, com a promulgação da LDB nº 9.394 /96, a Arte passa a constituir o currículo escolar como disciplina obrigatória, abrindo espaço para as linguagens artísticas da música, da dança, do teatro e das artes visuais.
O ensino da música na escola, atualmente obrigatório com a Lei nº 11.769/ 2011, deve estar voltado para que o aluno desenvolva a percepção do ritmo, harmonia e melodia, colaborando para promover a concentração, a coordenação motora, à sensibilidade, a criatividade e a criticidade, objetivando formar bons ouvintes. A música poderá ser trabalhada interdisciplinarmente de diversas formas.
A dança proporcionará o desenvolvimento das potencialidades motoras e expressivas do aluno, através da criação, da interação e da comunicação que se estabelece a partir da plasticidade corporal. Do mesmo modo, o teatro está voltado para a prática de jogos, simbólicos ou teatrais, que contribuirão para melhorar o convívio social, a concentração, a memorização, a cooperação, o trabalho coletivo, além de permitir uma análise mais consistente daquilo que se assiste nos teatros, na televisão ou nos cinemas.
Em relação ao ensino das artes visuais na escola, é importante que o aluno tenha contato com o máximo possível de suas variantes, possibilitando a este perceber e distinguir as idéias e qualidades, sensações e sentimentos transmitidos através das obras artísticas. Também favorecerá o desenvolvimento da sensibilidade, da criatividade e da prática reflexiva frente aos desafios da realidade em que o aluno esteja inserido.
Para tanto, o ensino da Arte propõe mais do que a simples transmissão de conteúdos de forma descontextualizada, distanciando o aluno do direito assegurado de ter uma educação emancipatória. A Arte contribui para a formação cultural do indivíduo e pressupõe a articulação com as demais áreas do conhecimento, uma vez que envolve o pensar e o fazer.
O ensino da arte na escola precisa propiciar o conhecimento da Arte produzida pela humanidade ao longo da sua história, além de criar possibilidades para os alunos produzirem suas próprias criações artísticas, efetivando assim a formação artística, estética e cultural dos alunos.
Nesse tocante, ressalta-se que a apropriação do conhecimento perpassa pela atuação e mediação do professor. É ele o profissional responsável para estimular a aprendizagem do ensino das artes.
A esse respeito, é importante que o professor tenha uma formação inicial consistente e as formações continuadas sejam permanentes e constantes, a fim de que lhe seja dado suporte teórico, emocional, assim como financeiro para que este desempenhe um ensino qualitativo nas salas de aulas.
O descompasso existente nas metodologias docentes entre a teoria e a prática deve ser superado com uma mudança de postura em relação às concepções do trabalho pedagógico no ensino das artes, haja vista que é preciso ir de encontro com as reais necessidades do mundo atual, partindo do princípio básico de que o aluno precisa ler, fazer e contextualizar as obras de arte para a aquisição de conhecimentos.
( Autora: Márcia Fernanda Costa do Nascimento)

domingo, 4 de setembro de 2011

Sugestões lúdicas para a memorização de palavras


a)Bingo de palavras- os alunos receberão uma cartela onde deverão grafar palavras, preferencialmente aquelas em que há incidência de erros ortográficos nas produções. Estas palavras deverão ser listadas em conjunto com professor e alunos. Depois de preenchidas as cartelas, o professor sorteará palavras onde os alunos marcarão em suas cartelas, caso tenham grafado- as; o aluno que conseguir marcar toda a sua cartela será o ganhador;
b)Jogo da memória de palavras ou frases-  serão dispostas doze pares de cartas viradas para baixo contendo palavras ou frases, preferencialmente aquelas que são usadas constantemente e os alunos apresentam dificuldades. Em número de dois participantes, o jogo inicia e um dos participantes ao desvirar uma carta deverá encontrar seu par, ou melhor, a carta em que esteja transcrita a mesma palavra ou frase. Se o aluno não formar o par de cartas, deverá virá-las novamente e o outro participante jogará. Quando o participante formar pares retira as cartas e vence aquele que conseguir maior número de pares de cartas.
c)Loteria de palavras- são dispostas cartelas com três colunas, sendo que na primeira e na terceira são escritas palavras ou frases de forma diversa (sendo uma correta e outra errada), na coluna do meio o aluno deverá escrever qual das duas colunas (um ou dois) está grafada corretamente a palavra ou frase. Juntos, professor e alunos deverão fazer as correções e as análises pertinentes a cada sentença.
d)Loto leitura- São cartelas em que são desenhadas ou coladas figuras de nomes diversos (objetos, animais, flores, etc.)  e ao lado são dispostos tantos quadrinhos quanto forem o número de letras da palavra. Os alunos deverão escrever ou preencher com o alfabeto móvel o nome correto da gravura ou desenho relativo.
e) Ditado Visual de Palavras- o professor disporá de um cartaz ou quadro móvel onde escrever ou afixará palavras, especialmente aquelas que os alunos apresentam dificuldades. A um dado sinal do professor, os alunos terão tantos minutos para olharem para o cartaz ou quadro e tentar memorizar o maior número possível de palavras. Terminado o prazo, o professor vira o cartaz ou quadro móvel e os alunos deverão transcrever o maior número de palavras que conseguiu memorizar. O professor novamente vira o cartaz ou quadro móvel e os alunos deverão fazer os comparativos de quantas palavras conseguiram grafar corretamente, quais as maiores dificuldades e que recursos os alunos utilizaram para realizar a atividade.
f) Caça palavras e cruzadinhas- são sempre atividades interessantes e os alunos gostam bastante. Nas atividades de caça-palavras, as palavras e letras aleatórias são dispostas num diagrama, onde os alunos deverão encontrar as palavras, circulando-as. Em relação às cruzadinhas, são dispostos quadrinhos onde os alunos deverão preencher com as palavras corretas, podem ser acompanhados de gravuras ou de sentenças que dão pistas para as respostas.
Portanto, a leitura e a escrita como meios imprescindíveis para o exercício da cidadania devem atuar simultaneamente no contexto das salas de aula. Através da aquisição proficiente dessas habilidades é possível instrumentalizar os alunos a se posicionarem frente às e situações imposta pela sociedade em que estão inseridos. Ao professor lhe é dado o papel de mediador do conhecimento, cabendo a este profissional pesquisar e promover estratégias a fim de desenvolver no aluno a competência leitora e escritora, tão importantes nesse mundo letrado.

Planejamento: meio da práxis pedagógica

     O ato de planejar o processo de ensino e de aprendizagem exige dos professores a definição de valores, significados e concepção de educação.
     O planejamento de ensino constitui-se em espaço coletivo para discussão, sistematização e apropriação da práxis de instrumentos teórico-metodológicos, que permitam a todos os envolvidos reafirmar suas posições e avaliar suas práticas, ressignificando-as. Nesta perspectiva, o planejamento deve ser concebido,assumido e vivenciado no cotidiano da prática social docente como um ato político, de resgate dos princípios que embasam a prática pedagógica num processo de ação-reflexão-ação, como base para a estruturação pedagógica da escola.Através do planejamento, o professor cria o contexto adequado para que ocorra realmente a aprendizagem,bem como para intervir neste processo corrigindo possíveis desvios.
     O que é necessário para planejar
• Respeito ao nível de desenvolvimento do aluno;
• Contextualização com a realidade social do educando;
• Acesso aos documentos de Ensino: Marcos de Aprendizagem, PCN, PPP, Regimento Geral, Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental,Ambiental, do Ensino da História e da Cultura Afro- brasileira e Africana, do Trânsito e materiais didáticos.
• Capacidade de trabalho em equipe;
• Iniciativa na busca de informações e autoformação ( seleção, organização e comparação de informações);
• Clareza dos objetivos, habilidades e competências que se quer alcançar;
• Consideração ao conhecimento do aluno e às suas capacidades.

Pontos positivos do planejamento

. Tomada de decisões refletidas e fundamentadas com base na avaliação diagnóstica;
• Esclarecimento dos objetivos propostos nas atividades de ensino que serão realizadas;
• Previsão de possíveis dificuldades;
• Organização e articulação das ações educativas; 
Otimização de tempo e do espaço pedagógico;
• Previsão dos momentos necessários para avaliar o desempenho acadêmico dos alunos;
• Garantia da seqüência lógica e didática no desenvolvimento das atividades;
• Monitoramento dos resultados da aprendizagem;
• Estabelecimento dos critérios e instrumentos de avaliação utilizados

sábado, 6 de agosto de 2011

Orientações pedagógicas sobre Educação Inclusiva

“Todos trazemos em nós uma revolução.Fomos criados para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar, sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.”(Nizan Guanaes)

Orientações pedagógicas sobre Educação Inclusiva

     O Brasil, ao aderir a Declaração Mundial de Educação para Todos, em 1990, fez a opção pela construção de um sistema educacional inclusivo, reafirmado esse compromisso na Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), e com a participação efetiva no processo de construção da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência coordenada pela ONU em dezembro de 2006, que ratifica a obrigação dos países em promover a inclusão das pessoas com deficiência em bases iguais com as demais pessoas, como dar acesso a todas as oportunidades existentes para a população em geral.
     Nesta perspectiva, em consonância com as grandes conquistas históricas mundiais no âmbito dos direitos humanos, desencadeou-se um amplo processo de transformação no sistema educacional brasileiro, que teve como desdobramento mudanças na legislação e na elaboração de diretrizes nacionais para a educação, todas elas norteadas pelos princípios da inclusão educacional. As transformações necessárias para a implementação da educação inclusiva têm sido intensamente debatidas no cenário da educação básica e as experiências enfatizam as ações das escolas em resposta às diferentes necessidades educacionais dos alunos.
     Os alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades / superdotação estão nas salas de aula comum e esta realidade está profundamente implicada com os processos de mudança que se operam no âmbito da gestão e das práticas pedagógicas. A compreensão de que primeiro é preciso preparar a escola para depois incluir se esgota progressivamente, seja como paradigma científico, político ou educacional, e a educação inclusiva então se coloca como uma proposta para modificar radicalmente a estrutura escolar como um todo, exigindo de toda a equipe escolar uma redefinição dos projetos educacionais.
     Nesta perspectiva, a busca inquieta e permanente pela qualificação da ação docente, pelo desenvolvimento profissional como processo emancipatório, se traduz em práxis e supera, definitivamente, a dicotomia reducionista de relação teoria e prática. É fundamental que toda a comunidade escolar seja protagonista de ações educacionais que reconheçam e valorizem as diferenças presentes no cotidiano escolar, construindo condições efetivas de participação e aprendizagem para todos os alunos.
     Na verdade, a inclusão só começou a definir seus princípios e fundamentos, nos anos 90, dando ênfase ao potencial de cada um. De 1998 para cá, houve um crescimento de 107% no número de matrículas de alunos com algum tipo de necessidade especial. Atualmente já são mais de 700 mil alunos especiais matriculados e 46,4% deles está em salas de aula regulares. A idéia não é mais discutir se a educação inclusiva deve acontecer ou não. Ela é realidade, e a questão agora é discutir qual a melhor maneira de fazer com que toda a estrutura escolar adapte-se a esse novo aluno.
     O atendimento à diversidade em particular exigirá do professor maior esforço e ajustamento das rotinas, nesse contexto, faz-se necessária a flexibilização curricular para modificação dos sistemas de avaliação, planos educacionais e atividades diárias, observando as pistas durante seu processo de aprendizagem.
     O Brasil como participante de Conferências Mundiais e signatário dos documentos internacionais nelas formalizados tem priorizado, em lei, a matrícula de todos os alunos em classes regulares comuns, alterando o papel da educação especial no sentido de torná-la transversal ao sistema, presente em todos os níveis, etapas e modalidades da educação, independentemente das condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais ou lingüísticas dos alunos.
     A Declaração de Salamanca sobre Princípios, Política e Prática em Educação Especial (1994) enfatiza que: Toda criança tem direito fundamental à Educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem. Toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas. Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades.
      Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos. Além disso, tais escolas provêem uma educação efetiva à maiorias das crianças e aprimoram a eficiência e, em ultima instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional.
     A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9394/96) em seu artigo 58º define educação especial como modalidade de educação escolar que deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com necessidades educacionais especiais. Dispõe sobre o oferecimento de serviços de apoio especializados, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial, com seu início na faixa etária de zero a seis anos. Em seu artigo 59º, afirma ainda que os sistemas de ensino deverão assegurar aos alunos “currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades”.
     Atualmente, muitas são as discussões que dizem respeito à escola inclusiva, tanto no âmbito da legislação brasileira e internacional, quanto das práticas pedagógicas que vêm consolidando-se no cenário educacional. Sabe-se que o desenvolvimento dessas práticas percorre caminhos variados, já que os conteúdos acerca da educação inclusiva nem sempre permeiam as formações docentes, sendo esse um tema mais recente e, é no convívio junto às pessoas com necessidades educacionais especiais que almeja-se aprender a conviver com as diferenças.
    Partindo dessa premissa, muitas ações/decisões tomadas no interior da gestão educacional se constituem em tentativas de contribuir com a proposta de educação inclusiva. Este é um constante desafio visto que muitas são as dificuldades docentes em favorecer a aprendizagem de todos os alunos. Agora, tendo alunos com necessidades educacionais especiais, essas dificuldades se evidenciam acrescidas do despreparo para lidar com as diferentes particularidades. Nesse contexto, “[...] vivemos um momento na educação em que coexiste a incapacidade da escola para ensinar todos os seus alunos e a presença de fato de alunos com deficiência, que são estranhos para ela” (FERREIRA, 2004, p. 37).
     Essas reflexões alertam para a complexidade na construção do processo educacional inclusivo, afinal, como afirma Baptista (2006, p. 171), “[...] a ocorrência de ações exitosas nos processos educacionais inclusivos depende, em grande medida, da mudança de atitude e da concepção em relação ao atendimento educacional dos alunos com necessidades educacionais especiais”.
     Além das referências legais, a educação inclusiva se constitui em meio aos saberes docentes com suas representações acerca da diversidade, na aceitação de alunos com necessidades educacionais especiais e, principalmente, na utilização de mecanismos para contemplar as suas especificidades. Assim, compreende-se as flexibilizações curriculares, no que se refere aos instrumentos de avaliação e planejamento utilizados pelos professores, como indispensáveis para a garantia, não apenas da inserção, mas, sobretudo para a permanência desses alunos com equiparação de oportunidades.
     A inclusão de alunos com deficiência não se concretiza nem pelo dispositivo legal, nem pela simples admissão do aluno na escola comum. Compreendemos que a escola é um lugar privilegiado para o acolhimento da diferença, ou seja, para a real e concreta inclusão, porém, requer mudanças de comportamento e da própria prática educativa. É preciso um novo olhar sobre o foco da aprendizagem, tirando os olhos do conteúdo e colocando-os no aprendiz. Buscando o reconhecimento das pessoas e a estimulação dos talentos, motivando o pensar e a busca do saber, o professor não é mais um transmissor de conteúdos e controlador de disciplina e sim um gestor de sala de aula que participa, decide juntamente com a gestão e a comunidade escolar, o destino do trabalho da educação inclusiva.
     A sociedade brasileira vive um momento de estudos, debates, ação-reflexão-ação, buscando implementar ações inclusivas que venham facilitar o trabalho dos professores com todos os alunos, bem como o acesso destes aos conteúdos escolares e a sociedade de um modo geral.Promover inclusão de alunos com deficiência significa, sobretudo, uma mudança de postura e de olhar acerca da deficiência.
Fonte Consultada: Compilação de textos da coletânea: Experiências educacionais inclusivas II: Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade / Organizadora, Berenice Weissheimer Roth. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2008.


Política e Educação Especial: quais interrogações e quais riscos quanto ao futuro da inclusão escolar?
Claudio Roberto BAPTISTA1
baptistacaronti@yahoo.com.br

    Considero que vivemos um momento privilegiado e desafiador. Temos acesso às informações; temos disposições legais que já indicavam uma diretriz “inclusiva” que agora tende a se intensificar; temos conhecimento acumulado sobre a prática pedagógica. No entanto, temos também desafios associados às dimensões de nossa tarefa histórica de pensar a educação no Brasil, em paralelo com as demais prioridades nacionais.
    Ao debatermos a Política Nacional de Educação Especial, a dinâmica de um diálogo plural pode ser um bom indício. Contudo, é importante que não tenhamos tantas ilusões. Ainda há muito a fazer.
    Trata-se de valorizar um processo de escolhas de palavras e de fortalecer a ação dirigida aos contextos em movimento, o que deveria nos implicar ainda mais. Penso que um dos efeitos desejáveis desse momento histórico seria aquele de intensificar a responsabilização dos gestores estaduais e municipais, visto que a Educação Básica é um âmbito de responsabilidade prioritária desses gestores.
    Assim, devemos continuar nossa busca pelas palavras, apostando no diálogo como estratégia e como meta de nosso trabalho. Considero que nossa ação deva buscar a ampliação dos implicados nesse processo, reduzindo a centralização da responsabilidade pela inclusão na educação especial; deva intensificar a dimensão pedagógica ao pensarmos os dispositivos que pretendemos colocar em ação; deva ser pautada na cautela com relação à escolha reflexiva de palavras, reconhecendo a complexidade dessa tarefa.

Fonte Consultada:
Ensaios pedagógicos. Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007.

Organização do material: Núcleo Pedagógico
Pedagoga: Márcia Fernanda Costa do Nascimento.

Aprimore seus conhecimentos:

01- Relacione as alternativas:

(01) Decreto nº 6.949/ 2009
(02) Decreto nº 6.571/ 2008
(03) Resolução CNE/ CEB nº 04/ 2009


( ) Institui Diretrizes operacionais para o Atendimento Educacional Especializado- AEE na educação básica.

( ) Ratifica a Convenção sobre os direitos da Pessoa com Deficiência/ ONU.

( ) Estabelece diretrizes gerais da Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva.


02- Responda às questões:

a)- A escola comum pode negar matrícula a determinados alunos com deficiência, se não se sentir em condições de atendê-los?

Falso ( ) Verdadeiro ( )

b)- Alunos com deficiência que freqüentam as escolas especiais, na faixa etária de 06 a 14 anos só poderão ser encaminhados às escolas comuns se os pais ou responsáveis assim o decidirem?

Falso ( ) Verdadeiro ( )

c)- Para a inclusão no ensino regular da educação básica só poderão ser admitidos alunos com leves comprometimentos físicos e mentais e, os com graves problemas de deficiência continuam nas escolas especiais?

Falso ( ) Verdadeiro ( )

d)- A inclusão escolar exige a adoção de um ensino diferenciado nas turmas comuns do ensino regular, para atender exclusivamente aos alunos com deficiência?
Falso ( ) Verdadeiro ( )

e)- Os professores do ensino regular só poderão aceitar em suas salas de aulas alunos com deficiência mental, física, visual, pessoas com surdez, surdocegas, etc, caso tenham uma formação anterior, em que aprendam os conhecimentos relativos à Educação Especial?

Falso ( ) Verdadeiro ( )

f)- O Atendimento Educacional Especializado – AEE é garantido e obrigatório para todos os alunos com deficiência?

Falso ( ) Verdadeiro ( )

g)- O professor de AEE oferece reforço escolar aos alunos com deficiência, para ajudá-los a superar dificuldades que encontram na assimilação de conteúdos curriculares?

Falso ( ) Verdadeiro ( )


Leia atentamente, pesquise, informe-se e responda com proficiência.

Bom trabalho, colegas!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Atividade de Sondagem - Matemática- 5º ano

1-Um fazendeiro tinha 285 bois. Comprou mais 176 bois e depois vendeu 85 deles. Quantos bois esse fazendeiro tem agora?
(A) 266 (B) 376 (C) 476 (D) 486

2- Uma bolsa é vendida por R$32,00. Se seu preço fosse aumentado em 20%, quanto passaria a custar?
( A ) R$ 38,40 ( B ) R$ 34,80 ( C ) R$ 52,00 ( D ) R$53,20

3- Qual o preço de uma mercadoria que custava R$56,00 após um desconto de 20%, respectivamente?
( A ) R$27,40 ( B ) R$ 36,00 ( C ) R$ 44,80 ( D )R$ 46,90

4- O número decimal que é decomposto em 5 + 0,06 + 0,002 é:
(A) 5,62. (B) 5,602. (C) 5,206. (D) 5,062.

5- Um quadrado é mágico porque a soma dos números de cada linha, de cada coluna e de cada diagonal é sempre a mesma. Complete os números que faltam para formar a soma 15, sem repetir os numerais de 1 a 9.
4 2
5 7
8
6-Uma certa máquina é capaz de produzir 8 réguas por minuto. Quantas réguas essa máquina consegue produzir em 15 minutos?
( A ) 104 ( B ) 120 ( C ) 128 ( D ) 112

7- Uma merendeira preparou 558 pães que foram distribuídos igualmente em 18 cestas. Quantos pães foram colocados em cada cesta?
(A) 31 (B) 310 (C) 554 (D) 783

Atividade de Sondagem - Língua Portuguesa- 8º ano

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA- 8º ano
NOME: __________________________________________________
1- Leia o texto e responda às questões:
Bullying
Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.
O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos.
As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade.
As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.
Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar.
(Orson Camargo) - Colaborador Brasil Escola. Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP. Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
1-A finalidade do texto é:
( A ) informar ( B ) descrever objeto ( C ) convidar ( D ) receitar

2-O texto trata principalmente:
( A ) sobre os alunos ( C ) sobre o Código Civil
( B ) sobre o bullying ( D ) sobre os valentões

3- O objetivo do bullying de acordo com o texto é:
( A ) se defender de agressores ( C ) causar dor, encanto e angústia
( B ) indenizar a sociedade ( D ) intimidar ou agredir outra pessoa

4- No trecho “ (...)Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. (...)”, de quem se está falando:
( A ) as vítimas ( B ) os agressores
( B ) o ambiente familiar ( D ) os vizinhos

5- No trecho “(...), tais como escola, faculdade/ universidade, família, (...)” a vírgula serve para:
( A ) elencar elementos ( B ) enfeitar a frase
( C ) separar os verbos dos pronomes ( D ) separar artigo e adjetivo

6- Nas palavras alma, pinto e porque, temos, respectivamente:
( A ) 4 fonemas - 5 fonemas - 6 fonemas.
( B ) 5 fonemas - 5 fonemas - 5 fonemas.
( C ) 4 fonemas - 4 fonemas - 5 fonemas.
( D ) 5 fonemas - 4 fonemas - 6 fonemas.

7- Os verbos contrair, defender e indenizar estão, respectivamente:
( A ) 1ª, 2ª e 3ª conjugação do subjuntivo
( B ) 2ª, 1ª e 3ª conjugação do imperativo
( C ) 3ª, 2ª e 1ª conjugação do infinitivo
( D ) 3ª, 1ª e 2ª conjugação do definitivo

8- A série em que todas as palavras apresentam dígrafo é:
( A ) assinar / bocadinho / arredores.
( B ) residência / pingue-pongue / dicionário.
( C ) digno / decifrar / dissesse.
( D ) dizer / holandês / groenlandeses.

9- Assinale a alternativa que preenche corretamente os pontilhados.
1. se fores viajar, ..................... com cuidado.
2. Se não tens aonde ir,.................... comigo.
3. Se quiserdes a verdade, ..................... o que vos digo.
4. Se quiser me telefonar, não o .................. pela manhã.

(A) dirija - vem - ouçam - faças. (B) dirige - venha - ouvi - faça.
(C) dirige - vem - ouvi - faça. (D) dirija - venha - ouvi - faças.

10-Produza um texto a respeito da temática “Bullying”. Não esqueça do título:

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quarta-feira, 6 de julho de 2011

O pernilongo

Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é o meu desejo de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem. A noite era quente e calma, e eu estava em minha cama, quando, sorrateiramente, te aproximaste. Encostaste o teu corpo sem roupa no meu corpo nu, sem o mínimo pudor! Percebendo minha aparente indiferença,aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos.
Até nos mais íntimos lugares. Eu adormeci.
Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão.
Deixaste em meu corpo e no lençol provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite.
Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama, te esperar. Quando chegares, quero te agarrar com avidez e força. Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos. Só descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo.
Só assim, livrar-me-ei de ti, pernilongo Filho da Puta!!!!
Carlos Drummond de Andrade

sábado, 2 de julho de 2011

TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM

Distúrbios de Aprendizagem X Dificuldades de Aprendizagem
Conforme (Fonseca: 1995) distúrbio de aprendizagem está relacionado a um grupo de dificuldades específicas e pontuais, caracterizadas pela presença de uma disfunção neurológica.
Já a dificuldade de aprendizagem é um termo mais global e abrangente com causas relacionadas ao sujeito que aprende, aos conteúdos pedagógicos, ao professor, aos métodos de ensino, ao ambiente físico e social da escola.
Já em (Ciasca e Rossini: 2000) as autoras defendem que a dificuldade de aprendizagem é um déficit específico da atividade acadêmica, enquanto o distúrbio de aprendizagem é uma disfunção intrínseca da criança relacionada aos fatores neurológicos.
Os fatores neurológicos citados pelos autores significam que essas dificuldades estão relacionadas na aquisição e no uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas que se referem às disfunções no sistema nervoso central. Não podemos também deixar de considerar que as dificuldades de aprendizagem muitas vezes podem ocorrer concomitantemente com outras situações desfavoráveis, como: alteração sensorial, retardo mental, distúrbio emocional, ou social, ou mesmo influências ambientais de qualquer natureza.
Considera-se que uma criança tenha distúrbio de aprendizagem quando:
a) Não apresenta um desempenho compatível com sua idade quando lhe são fornecidas experiências de aprendizagem apropriadas;
b) Apresenta discrepância entre seu desempenho e sua habilidade intelectual em uma ou mais das seguintes áreas; expressão oral e escrita, compreensão de ordens orais, habilidades de leitura e compreensão e cálculo e raciocínio matemático.
Além disso, costuma-se considerar quatro critérios adicionais no diagnóstico de distúrbios de aprendizagem. Para que a criança possa ser incluída neste grupo, ela deverá:
a) Apresentar problemas de aprendizagem em uma ou mais áreas;
b) Apresentar uma discrepância significativa entre seu potencial e seu desempenho real;
c) Apresentar um desempenho irregular, isto é, a criança tem desempenho satisfatório e insatisfatório alternadamente, no mesmo tipo de tarefa;
d) O problema de aprendizagem não é devido a deficiências visuais, auditivas, nem a carências ambientais ou culturais, nem problemas emocionais.

Tendências e Características do Trabalho Docente

     A atual profissionalização docente perpassa por exigências educacionais interrelacionadas com os saberes e as novas tendências em relação ao trabalho.
     O trabalho docente afirma-se como uma ação intencional, distante de ser apenas uma efêmera atividade. Assim, o trabalho educativo é "o ato de produzir, direta e indiretamente em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto de homens" (SAVIANE, 1994,p.24).
     Desse modo, todo trabalho pedagógico é intencional e por abarcar uma complexidade histórica e social de sujeitos ativos e reais, essa intencionalidade traz consigo ideologias adquiridas e internalizadas a partir do seu meio sócio-histórico-cultural.
     Vivemos numa realidade onde as tendências em relação ao trabalho modificaram-se. A natureza do trabalho tornou-se mais abstrata, mais intelectualizada, coletiva e complexa. O trabalhador deve ser polivalente, ou seja, generalista, com escolhas e decisões a fazer o tempo todo, sendo exigido a partir de um conjunto de competências e habilidades, saberes e conhecimentos provindos de uma multiqualificação. 
     É preciso ressaltar que no campo educacional há um novo paradigma que pressupõe uma formação baseada no desenvolvimento de competências cognitivas, sócio- afetivas e psicomotoras, gerais e básicas,a partir das quais se desenvolvem competências e habilidades mais específicas e básicas para cada área do conhecimento. A qualificação profissional é histórica e contextualizada com o momento vivido.
     Assim, o termo competência surge na Europa nos anos 80, originada das Ciências da Organização, num contexto de crise do modelo taylorista/ fordista. O conceito de competência, na verdade, não é um conceito preciso e possui vários sentidos de acordo com as abordagens. Mas, em linhas gerais, a competência é orientada para a ação com base avaliativa nos resultados observáveis.
     Por outro lado, as competências são propriedades sempre provisórias e que devem ser permanentemente avaliadas. Mas, o que não se pode negar é a necessidade do desenvolvimento de competências básicas tanto para o desempenho profissional quanto para o exercício da cidadania.

Referências:
NASCIMENTO, Márcia Fernanda Costa do. O ofício do docente do 1º ciclo do ensino fundamental: práticas pedagógicas. 2007. 13f. Artigo (Especialização).ISEAMA- Faculdade Táhirih. Parintins, 2007.
PERRENOUD, Phillipe. As competências para ensinar no século XXI: a formação dos professores no século XXI e o desafio da avaliação. Trad. Claudia Shilling e Fatima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2002.
SAVIANI, Demerval. Pedagogia histórico- crítica: primeiras aproximações. SP: Autores Associados.4.ed.1994

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          Este blog é um espaço aberto onde compartilharemos informações, experiências e muitas atividades que certamente farão a diferença na nossa sala de aula. Acreditamos que através de um processo de indagação, reflexão e estudo contínuo e aprofundado, possamos juntos tornar cada vez mais intencional a prática pedagógica e, consequentemente, o ato educativo, cujos reflexos haverão de tornar mais eficaz e eficiente o objetivo primordial do processo de ensino- aprendizagem na escola. Aproveitem este encontro!!!!!