A atual profissionalização docente perpassa por exigências educacionais interrelacionadas com os saberes e as novas tendências em relação ao trabalho.
O trabalho docente afirma-se como uma ação intencional, distante de ser apenas uma efêmera atividade. Assim, o trabalho educativo é "o ato de produzir, direta e indiretamente em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto de homens" (SAVIANE, 1994,p.24).
Desse modo, todo trabalho pedagógico é intencional e por abarcar uma complexidade histórica e social de sujeitos ativos e reais, essa intencionalidade traz consigo ideologias adquiridas e internalizadas a partir do seu meio sócio-histórico-cultural.
Vivemos numa realidade onde as tendências em relação ao trabalho modificaram-se. A natureza do trabalho tornou-se mais abstrata, mais intelectualizada, coletiva e complexa. O trabalhador deve ser polivalente, ou seja, generalista, com escolhas e decisões a fazer o tempo todo, sendo exigido a partir de um conjunto de competências e habilidades, saberes e conhecimentos provindos de uma multiqualificação.
É preciso ressaltar que no campo educacional há um novo paradigma que pressupõe uma formação baseada no desenvolvimento de competências cognitivas, sócio- afetivas e psicomotoras, gerais e básicas,a partir das quais se desenvolvem competências e habilidades mais específicas e básicas para cada área do conhecimento. A qualificação profissional é histórica e contextualizada com o momento vivido.
Assim, o termo competência surge na Europa nos anos 80, originada das Ciências da Organização, num contexto de crise do modelo taylorista/ fordista. O conceito de competência, na verdade, não é um conceito preciso e possui vários sentidos de acordo com as abordagens. Mas, em linhas gerais, a competência é orientada para a ação com base avaliativa nos resultados observáveis.
Por outro lado, as competências são propriedades sempre provisórias e que devem ser permanentemente avaliadas. Mas, o que não se pode negar é a necessidade do desenvolvimento de competências básicas tanto para o desempenho profissional quanto para o exercício da cidadania.
Referências:
NASCIMENTO, Márcia Fernanda Costa do. O ofício do docente do 1º ciclo do ensino fundamental: práticas pedagógicas. 2007. 13f. Artigo (Especialização).ISEAMA- Faculdade Táhirih. Parintins, 2007.
PERRENOUD, Phillipe. As competências para ensinar no século XXI: a formação dos professores no século XXI e o desafio da avaliação. Trad. Claudia Shilling e Fatima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2002.
SAVIANI, Demerval. Pedagogia histórico- crítica: primeiras aproximações. SP: Autores Associados.4.ed.1994
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